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quarta-feira, 26 de maio de 2021

 Dyskinesia, Parte 02:


Havia mencionado algumas possíveis causas pra dyskinesia, bem como algumas soluções que deram certo, seguem esses resultados:


Sobre impactação fecal - esse deve ser o item mais extenso - carangas podem ficar com o anus obstruído e simplesmente param de defecar, elas seguem comendo e bebendo água normalmente mas depois de um determinado momento, elas param, enfraquecem, e morrem, basicamente, “entupidas”. As hipoteses do que pode causar impactaçao são; bad/wet molt, superalimentação, sedimentos na água, alimentação somente com dubia, algum ferimento interno derivado de uma queda, por exemplo. Alguns dos sintomas que já foram observados são letargia, esfregar o abdomen no chão sem produzir teia, abdomen com aspecto “duro” (tipo inchado), sede excessiva.

Esse problema parece ser algo raro, e ainda assim, quando aparece, é dificil de notar. Geralmente a regiao do anus fica com resto de fezes endurecida e/ou com um tipo de “plug”, obstruindo o anus. Como já dito, esse problema pode levar a dyskinesia, relatos de cuidados incluem pinça, seringa e agua morna, molha-se a regiao anal pra diluir o “plug” e/ou excesso de fezes e com a pinça e muito cuidado, remove-se o plug. No entanto, na maior parte dos casos relatados, a caranga não resistiu.


Sobre bacterias/virus/envenenamento – mencionei antes que a solução seria aumentar a temperatura, após dar uma lida sobre o assunto, vou esclarecer o que foi relatado. 7 carangas de uma criadora apresentaram dyskinesia, ela leu sobre aumento de temperatura num forum alemao e resolveu fazer o teste. Com uma lampada, aumentou a temperatura dos animais até 35 graus, sempre mantendo a umidade de acordo com as especies afetadas. Das 7, 3 morreram, e eram de ambientes mais aridos, enquanto as 4 sobreviventes, eram mais tropicais, o q levou as pessoas a crerem que esse aumento de temperatura seria mais efetivo com essas ultimas. 

O lance desse processo estar relacionado a bacteria/virus/envenamento, no entanto, é uma hipotese, não há nada confirmando nem provando isso cientificamente. 


Sobre desidratação SEVERA - existe uma forma da caranga ficar desidratada e praticamente não ter mais salvação, e isso é com o trato digestório. Carangas quando fazem a mudam, alem da espermateca, tb precisam trocar o trato digestorio (vou mandar foto abaixo do texto), esse trato é composto de 3 partes, sendo uma delas, o estomago. Quando acontece algum erro na ecdise e o trato na sai com a exuvia, a caranga começa a apresentar problemas. Ela para de comer E de beber agua, por isso o lance da desidratacao ser severa, metodos como aplicar agua na boca dela com uma seringa podem funcionar, mas não se provaram efetivos. São raros os relatos de carangas que tiveram esse problema, mais raros ainda são os relatos das que conseguiram sobreviver a isso, pelo que entendi, essas ficaram bem depois de chegar em outra ecdise. 


Acho q isso é td sobre o tema “dks”, se atualizarem novamente, atualizo aqui tb.


Fontes:

Arachnoboards Forum

Toms Big Spider

Tarantula Keepers Guide

Biology of Spiders

domingo, 16 de maio de 2021

Circulação de ar especifica pra caranguejeiras

.Domingão, dia das mães, a minha me chamou aqui no Whats e disse:

“Filhão, tão falando aqui pelo Br que ‘ventilação cruzada’ faz mal pra caranguejeiras terrestres.”

Achei estranho, mas como mãe é mãe, resolvi dar uma pesquisada, né? 😂

Bom, a principio, temos que lembrar que quando se fala de “ventilação”, nada mais é do que a circulação de ar dentro do recinto, sem associar a ventos ou brisas mais fortes. Caranguejeiras não são criadas nas janelas, ou próximo a ventiladores, ou outros locais que possam gerar correntes de ar maiores.

A “ventilação cruzada” a qual criadores se referem, diz respeito a furos de ar feitos nas laterais dos terrarios, seja vidro, acrílico, tupperware, pote de plástico, etc. Mas aí temos que pensar, porque que esse tipo de “ventilação” afetaria apenas caranguejeiras terrestres? Porque não afeta caranguejeiras arborícolas? De onde surgiu essa historia toda?

A resposta pra ultima questão eu não tenho, não consegui chegar a origem dela simplesmente porque NÃO ACHEI NADA, em lugar NENHUM, falando que a “ventilação cruzada” faz mal pra qualquer caranguejeira, independente dos hábitos. Mas, por favor, se acharem algo, mandem o link.

Dei uma pesquisada inicialmente na bíblia (The Tarantula Keepers Guide), rs, lá não diz nada sobre “ventilação cruzada”, os autores se referem apenas a “ventilation”, sem dar muitos detalhes de direções, mas eles não cansam de frisar que a circulação de ar é importante. Nas paginas 154, 156-158, 164-166, 217, vocês podem ler mais a fundo sobre o tema.

Abaixo, seguem alguns links do Arachnoboards, o maximo que encontrei, foram alguns usuários falando sobre como “ventilação cruzada” não é necessária (mas não porque faz mal de alguma maneira), o que é necessário é circulação, não importa de onde, mas falarei disso mais abaixo, rs, seguem links:


https://arachnoboards.com/threads/cross-ventilation-top-ventilation-or-both.273821/


https://arachnoboards.com/threads/pondering-effectiveness-of-cross-ventilation.283325/


https://arachnoboards.com/threads/avicularia-and-the-truth-about-cross-ventilation.316511/

Caso queiram procurar mais a fundo, escrevam Cross Ventilation Tarantulas no Google, que irão aparecer mais links, a maioria deles associados a espécies arborícolas (talvez daí tenha vindo o mito de que faz mal pra terrestres)?

Daqui pra baixo, o texto refletirá opinião pessoal baseada em vivencia, leitura e conversas.

Bom, eu faço parte de uma vertente que considera esse lance de “ventilação cruzada”, mito. O que importa, é a circulação (ponto também utilizado em um dos links que mencionei acima), independente de onde ela venha.

Sabemos que caranguejeiras em recintos SEM furos não morrem de asfixia, o momento que o criador abre o terrario pra alimentar ou hidratar, é o suficiente pra que haja troca de ar, e a aranha fique bem com aquilo no que diz respeito a oxigênio. Caranguejeiras em ambientes sem furos morrem porque o ar fica parado, denso e condensado quase o tempo todo, o substrato está sempre molhado e, mesmo quando aberto pra cuidados, não é o suficiente pra eliminar possíveis problemas que possam vir a surgir, como infecções por bactérias, por exemplo.

Portanto, é interessante que haja circulação de ar, seja do topo do terrario, dos lados, da frente, de trás, ou de um mix entre todos esses. Creio que o termo “ventilação cruzada” tenha surgido de algum tipo de confusão com a simples circulação de ar, rs. Notei também que é um assunto que davam mais atenção lá atrás, pelos idos 2009, do que atualmente.

Finalmente, é importante equilibrar a quantidade de furos de ar, ou de espaços telados, com a evaporação, embora umidade não hidrate, ou não tenha relação com a ecdise, ela tem papel relevante no que diz respeito a desidratação, prevenindo o animal de perder água mais rapidamente, e por isso esse equilíbrio é importante.

Sobre a pergunta sem resposta, meu chute é que, quando se procura sobre o tema, a grande maioria dos links diz respeito a como “ventilação cruzada” faz bem pra espécies arborícolas, mesmo links que não sejam direcionados a elas, mas ao processo num geral, acabam caindo em espécies arborícolas de qualquer forma. Talvez, alguém possa ter visto o tema relacionado apenas a fazer bem pra arborícolas, e deduziu que pra terrestres faz mal, vai saber? 🤷‍♂️

Por Adalberto Peixoto

quarta-feira, 5 de maio de 2021

DKS atualizada

Parte 01


DKS, ou Dyskinetic Syndrome, é uma parada desatualizada e até errada. Pra algo ser caracterizado como uma síndrome, elas precisariam apresentar um grupo de sinais e sintomas que, JUNTOS, caracterizariam uma condiçao e/ou alguma anormalidade. Tarantulas apresentam apenas UM sintoma, que se chama "dyskinesia". 


Dyskinesia, por sua vez, é caracterizado por movimentos involuntarios, alguns até similares com "tics", e isso acaba fazendo com que movimentos voluntarios, diminuam, o  explica pq a maioria dos bichos para de comer e pioram na hora de andar, conforme o tempo passa.


Resumindo:

DKS é um nome usado erroneamente no hobby, o termo correto é Dyskinesia.


Causas - Nao se sabe todas as causas, mas sabe-se algumas que levam a dyskinesia, o q se sabe até agora:


-Desidrataçao

-Impactaçao

-Nematoides

-Envenenamento

-Bacterias


Tratamentos:

Nao existe algo 100% certo ainda; mas sabendo as causas q levaram à dyskinesia, da pra tentar alguma alternativas.


No caso de desidrataçao, é só hidratar, hahahahahaa. Mas se for uma desidrataçao, vale até conter o bicho e pingar agua direto na boca dela. 


No caso de bacterias ou envenenamentos, ja houve relatos de aquecimento pros bichos (mas ainda nao fui a fundo sobre isso), que funcionou pra bichos de climas tropicais. 


Impactaçao tem tratamento tb, mas preciso dar uma lida entao atualizo esse topico mais tarde. 



Lembrando 01: esses tratamentos nao sao regra, sao casos que ja foram observados em alguns individuos, nao significa que funciona sempre



Lembrando 02: os tratamentos sao indicados desde que se saiba a causa

Por Adalberto Peixoto

Fonte: arachnoboards.com

domingo, 25 de abril de 2021

Heterophrynus longicornis - Aspectos gerais

Amblipigios também sao aracnídeos, primo das aranhas e dos escorpioes mas pertencem a outra ordem, chamada Amblypygi. 




Eles têm um aspecto mais primitivo e não possuem veneno porém, relatos de mordidas dizem que são doloridas, e se eles derem uma apertada com os palpos (essas garras q eles têm na frente), pode dar uma beliscada também, dependendo do tamanho.

A espécie em questão é arborícola e fotofóbica, existem rumores dessa mesma espécie que foram encontradas em cavernas, mas não sei saiu algo oficial até o momento.

O ideal é um terrario mais alto do que comprido com bastante troncos, cork barks ou camadas sobrepostas de cascas de arvores colocadas verticalmente.

É um espécie tímida, que pode ser ambientada em locais iluminados porém, os retiros descritos acima sao importantes, uma vez que eles saírão pra caçar a noite. 

Em experiência pessoal, não registrei canibalismo entre indivíduos DO MESMO TAMANHO, porém, não coloquei indivíduos de tamanhos diferentes juntos pra ver oq acontecia, pois havia lido que podiam se matar. 

Comem insetos e são extremamente vorazes, crescem muito bem entre ecdises e as fazem pendurados de cabeça pra baixo em algum galho. 

Hidratação é de EXTREMA importância pois não importa o quão umido esteja o recinto, eles podem travar na troca e morrer, e isso acontece bastante. 

Umidade pra filhotes pode ser feita apenas com substrato umido, mas não encharcado e jovens e adultos podem ficar com umidade um pouco mais baixa, lembrem-se; umidade NÃO é sinonimo de hidrataçao.




A cópula é igual a de escorpioes, machos colocam uma estrutura chamada espermatoforo em algum local sólido e guiam a femea ate essa estrutura q contém o esperma, encaixando a abertura genital da mesma ali, ou seja, cópula externa. 

A femea faz uma ooteca transparente e a carrega embaixo do abdome até as ninfas nascerem, essas entao, ficam nas costas da mae até virarem lings e dispersarem. 

A diferença com os escorpioes é que, diferente dos primos, amblipigios nao copulam e têm filhotes apos a ultima troca (qdo maturam), eles maturam antes e podem seguir trocando mesmo após ter a primeira cria. 

Geralmente, postam de 1 a 3 ootecas por ano, com apenas uma cópula, e dessas podem nascer até 20 a 25 filhotes. 

Por ultimo, a média de vida dessa especie é des 5, 6 anos, mas alguns individuos podem morrer com 4 anos, não há diferença de idade entre machos e femeas.

Curiosidade: um amblipigio apareceu em um dos filmes da saga Harry Potter, ali ele foi chamado de Aranha-Alguma Coisa e foi dito que eram venenosos, o que deu uma espalhada na fama desses bichos serem maus.

Por Adalberto Peixoto

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Fungos 2, a vingança.

 Um tempo atrás, escrevi um texto sobre fungos no intuito de acalmar o pessoal em relação a esses organismos serem todos parasitários, algumas duvidas surgiram a um tempo, mas só consegui ir atrás de mais informações agora, seguem respostas.

Se fungos parasitas agem de dentro pra fora, quer dizer que quando aparecem fungos na minha caranga, ela já esta fadada a morte?

Não, os fungos que aparecem na sua caranga não são parasitas, eles apenas se alojaram na superfície do exoesqueleto. Fungos parasitas, saem do exoesqueleto quando a caranga já morreu ou está quase lá.

Se os fungos que aparecem na minha caranga, não são parasitas, porque eles aumentam?

Carangas têm o exoesqueleto hidrofóbico, ou seja, a água se espalha por ele mas não fica inteiramente molhado. Fungos gostam de umidade, se o exosequeleto da caranga está úmido, o fungo pode se espalhar, mas não se alimentar, da caranga.

Se os fungos que aparecem na minha caranga, não são parasitas, como eles podem oferecer algum mal, caso ela esteja com o sistema imune comprometido?

Fungos não parasitas podem matar carangas debilitadas se alojando na boca, pulmões ou ânus, novamente, eles não se alimentam da caranga, mas obstruindo essas passagens, podem levá-las a óbito. É algo incomum de se acontecer, pode-se dizer que é até raro, geralmente, quando as pessoas acham a caranga morta já fungada, atribuem a culpa ao fungo, mas na grande maioria dos casos, ela morreu de outras causas, mas fungou rapidamente.

Em ecdise, sabe-se que carangas ficam vulneráveis, esses fungos não parasitas oferecem algum problema a caranga durante o processo?

Não, ainda que ela faça a troca em cima do fungo, dificilmente ele subirá nela, é algo que, novamente, só aconteceria se a caranga estivesse de alguma forma, debilitada. Quando a caranga apresenta fungo, e faz a troca, o fungo sai na ecdise por completo.

Tratamentos.

- socar rango pra caranga fazer ecdise logo, rs.

- pomada pra micose, dizem que ajuda em pequenas infestações.

- “varrer” o local fungado com um pincel, isso funciona pra determinados tipos de fungos.

- passar fungicida na região, isso não é válido pra fungos próximos a boca.

Na foto, uma T. stirmi de um colega canadense com bastante fungo pelo corpo, frisando novamente, esses fungos não estão parasitando esse animal. A infecção foi contida e a  caranga ficou bem após a ecdise. Infelizmente, não consegui foto do depois, se ele me enviar, atualizo aqui.

Fontes:

arachnoboards.com

The Tarantula Keepers Guide pag. 217.


Foto por Austin N.


quinta-feira, 15 de abril de 2021

Curiosidades sobre cerdas urticantes ... ou a ausência delas.

 Fala, galera!

Vocês sabiam que existem 107 espécies de caranguejeiras do novo mundo que não possuem cerdas urticantes?

 

Demos uma pesquisada e encontramos a lista abaixo (fonte no final do post).

 

Espécie/Subfamilia/País:

1.    Acanthopelma beccarii/Ischnocolinae/Guiana

2.    Acanthopelma rufescens/Ischnocolinae/America Central

3.    Catumiri argentinense/Ischnocolinae/Argentina, Chile

4.    Catumiri chicaoi/Ischnocolinae/Brasil

5.    Catumiri parvum/Ischnocolinae/Brasil, Uruguai

6.    Catumiri petropolium/Ischnocolinae/Brasil

7.    Cyrtogrammomma monticola/Ischnocolinae/Guiana

8.    Cyrtogrammomma raveni/Ischnocolinae/Guiana

9.    Dolichothele auratum/Ischnocolinae/Brasil

10. Dolichothele bolivianum/Ischnocolinae/Bolivia, Brasil

11. Dolichothele camargorum/Ischnocolinae/Bolivia, Brasil

12. Dolichothele diamantinensis/Ischnocolinae/Brasil

13. Dolichothele dominguense/Ischnocolina/Brasil

14. Dolichothele exilis/Ischnocolinae/Brasil

15. Dolichothele mineirum/Ischnocolinae/Brasil

16. Dolichothele mottai/Ischnocolinae/Brasil

17. Dolichothele rufoniger/Ischnocolinae/Brasil

18. Dolichothele tucuruiense/Ischnocolinae/Brasil

19. Euthycaelus amandae/Schismathothelinae/Colombia

20. Euthycaelus astutus/Schismathothelinae/Venezuela

21. Euthycaelus colonica/Schismathothelinae/Venezuela

22. Euthycaelus guane/Schismathothelinae/Colombia

23. Euthycaelus norae/Schismathothelinae,/Colombia, Venezuela

24. Guyruita atlantica/Schismathothelinae/Brasil

25. Guyruita cerrado/Schismathothelinae/Brasil

26. Guyruita giupponii/Schismathothelinae/Brasil

27. Guyruita guadanuccii/Schismathothelinae/French Guiana

28. Guyruita isae/Schismathothelinae/Brasil

29. Guyruita metallophila/Schismathothelinae/Brasil

30. Heterothele caudicula/Ischnocolinae/Argentina

31. Holothele culebrae/Ischnocolinae/Porto Rico

32. Holothele denticulata/Ischnocolinae/Cuba

33. Holothele longipes/Ischnocolinae/Bolivia, Brazil, French Guiana, Suriname, Trinidade e Tobago, Venezuela, Guiana, Panama

34. Holothele maddeni/Ischnocolinae/Republica Dominicana

35. Holothele shoemakeri/Ischnocolinae/Ilhas Virgens EUA (São Tomas)

36. Holothele sulfurensis/Ischnocolinae/Guadalupe

37. Ischnocolus rubropilosus/Ischnocolinae/Brasil

38. Melloina gracilis/Ischnocolinae/Venezuela

39. Melloina rickwesti/Ischnocolinae/Panama

40. Melloina santuario/Ischnocolinae/Venezuela

41. Neoholothele fasciaaurinigra/Schismathothelinae/Colombia

42. Neoholothele incei/Schismathothelinae/Trinidade e Tobago, Venezuela

43. Psalistops colombianus/Trichopelmatinae/Colombia

44. Psalistops melanopygius/Trichopelmatinae/Venezuela

45. Psalmopoeus cambridgei/Psalmopoeinae/Trinidade

46. Psalmopoeus copanensis/Psalmopoeinae/Honduras

47. Psalmopoeus ecclesiasticus/Psalmopoeinae/Equador

48. Psalmopoeus emeraldus/Psalmopoeinae/Colombia

49. Psalmopoeus intermedius/Psalmopoeinae/Panama

50. Psalmopoeus irminia/Psalmopoeinae/Brazil, Guiana, Venezuela

51. Psalmopoeus langenbucheri/Psalmopoeinae/Venezuela

52. Psalmopoeus maya/Psalmopoeinae/Belize

53. Psalmopoeus petenensis/Psalmopoeinae/Guatemala

54. /Psalmopoeus plantaris/Psalmopoeinae/Colombia

55. Psalmopoeus pulcher/Psalmopoeinae/Panama

56. Psalmopoeus reduncus/Psalmopoeinae/Belize to Panama

57. Psalmopoeus sandersoni/Psalmopoeinae/Belize

58. Psalmopoeus victori/Psalmopoeinae/Mexico

59. Pseudoclamoris burgessi/Psalmopoeinae/Colombia, Peru

60. Pseudoclamoris elenae/Psalmopoeinae/Equador

61. Pseudoclamoris gigas/Psalmopoeinae/Guiana Francesa

62. Reichlingia annae/Ischnocolinae/Belize

63. Schismatothele benedettii/Schismathothelinae/Brasil

64. Schismatothele hacaritama/Schismathothelinae/Colombia

65. Schismatothele inflata/Schismathothelinae/Venezuela

66. Schismatothele kastoni/Schismathothelinae/Venezuela

67. Schismatothele lineata/Schismathothelinae/Venezuela

68. Schismatothele modesta/Schismathothelinae/Colombia

69. Schismatothele olsoni/Schismathothelinae/Colombia, Venezuela

70. Schismatothele opifex/Schismathothelinae/Venezuela

71. Schismatothele weinmanni/Schismathothelinae/Colombia

72. Sickius longibulbi/Schismathothelinae/Brasil

73. Tapinauchenius brunneus/Psalmopoeinae/Brasil

74. Tapinauchenius concolor/Psalmopoeinae/Guiana

75. Tapinauchenius cupreus/Psalmopoeinae/Equador

76. Tapinauchenius latipes/Psalmopoeinae/Venezuela

77. Tapinauchenius plumipes/Psalmopoeinae/Suriname

78. Tapinauchenius polybotes/Psalmopoeinae/Pequenas Antilhas (Santa Lucia)

79. Tapinauchenius rasti/Psalmopoeinae/Pequenas Antilhas (São Vicente e Granadinas)

80. Tapinauchenius sanctivincenti/Psalmopoeinae/São Vicente

81. Tapinauchenius violaceus/Psalmopoeinae/Brasil, Guiana Francesa

82. Trichopelma affine/Trichopelmatinae/Granada

83. Trichopelma banksia/Trichopelmatinae/Cuba

84. Trichopelma bimini/Trichopelmatinae/Bahamas

85. Trichopelma coenobita/Trichopelmatinae/Venezuela, Trinidade e Tobago

86. Trichopelma cubanum/Trichopelmatinae/Cuba

87. Trichopelma fulvum/Trichopelmatinae/Haiti

88. Trichopelma gabrieli/Trichopelmatinae/Republica Dominicana

89. Trichopelma goloboffi/Trichopelmatinae/Cuba

90. Trichopelma huffi/Trichopelmatinae/Republica Dominicana

91. Trichopelma illetabile/Trichopelmatinae/Brasil

92. Trichopelma insulanum/Trichopelmatinae/Ilhas Virgens, Porto Rico

93. Trichopelma juventud/Trichopelmatinae/Cuba

94. Trichopelma laselva/Trichopelmatinae/Costa Rica

95. Trichopelma laurae/Trichopelmatinae/Cuba

96. Trichopelma loui/Trichopelmatinae/Jamaica

97. Trichopelma maculatum/Trichopelmatinae/Bahamas

98. Trichopelma nitidum/Trichopelmatinae/Republica Dominicana

99. Trichopelma platnicki/Trichopelmatinae/Jamaica

100. Trichopelma steini/Trichopelmatinae/Venezuela

101. Trichopelma tostoi/Trichopelmatinae/Republica Dominicana

102. Trichopelma venadense/Trichopelmatinae/Costa Rica

103. Trichopelma zebra/Trichopelmatinae/Panama

104. Yanomamius franciscoi/Schismathothelinae/Brasil

105. Yanomamius neblina/Schismathothelinae/Brasil

106. Yanomamius raonii/Schismathothelinae/Brasil

107. Yanomamius waikoshiemi/Schismathothelinae/Venezuela

 

Fonte: https://arachnoboards.com/threads/list-of-new-worlds-which-do-not-possess-urticating-hairs.344636/

Por Equipe AHB


terça-feira, 13 de abril de 2021

Fungos, os incompreendidos.

Mofo, bolor, fungo. Segue textao abaixo pra vocês ficarem mais tranquilos quanto a fungos no terrario. :)



Bom, vou tentar escrever uma parada um pouco mais completa sobre fungos aqui, baseado em alguns textos que li, vou tentar o máximo pra não deixar muita coisa se perder na tradução. 

Primeiro, vamos as terminologias:

1- Fungi: Assim como o reino Animal e o Vegetal, nós temos um reino só pros fungos. Mofo, leveduras, cogumelos, entre outros, são todos pertencentes a esse reino.

2- Mofo: É um subtipo de fungo, formado por filamentos chamados hifas

3- Levedura: Outro subtipo de fungo.

4- Fungo dimórfico: Dependendo de fatores externos como temperatura, por exemplo, podem ser mofo ou levedura, é o grupo responsável por várias doenças humanas.

5- Cogumelos: São corpos “frutosos” de alguns fungos, mas não são fungos per se. 

6- Microsporidia: Esses sim, são parasitas obrigatórios, ou seja, eles dependem de outros organismos vivos pra sobreviver, geralmente são encontrados em animais.


A grande maioria de fungos, mofos e leveduras são saprófitas, isso significa que eles consomem apenas matérias em decomposição. Se eles aparecerem como se fosse um carpete nos potes/terrarios ou até mesmo se aparecerem cogumelos por exemplo, eles são saprófitos, portanto, inofensivos, e podem ser ignorados. Como regra geral, se estão consumindo somente matéria em decomposição, eles são quase que completamente inofensivos pra caranguejeiras e qualquer outro invertebrado. 

Fungos saprófitos não entram em organismos vivos e, alem de tudo isso, caranguejeiras têm um sistema imunológico que consiste de células especializadas chamadas hemócitos, bem como peptídeos antimicrobiais que juntos, são extremamente eficazes contra fungos. 

No entanto, existem alguns poucos fungos que são oportunistas, e ficam entre os saprófitos, esses fungos podem atacar a aranha desde que ela esteja debilitada, ou seja, se a aranha estiver enfraquecida por más condições, por exemplo (umidade elevadíssima, terrario abafado, infecções bacteriais, etc.), esses fungos parasitas aproveitam a oportunidade. Lembrem-se, desde que elas esteja debilitada/enfraquecida.

Existem também fungos entomoparasitas, ou seja, eles atacam insetos e aranhas. Um exemplo é o Cordyceps e outros do mesmo grupo, mas existem outros gêneros também. Esses fungos são parasitas obrigatórios mas eles não aparecem somente pegando uma corrente de ar da Amazônia pra outro local, os esporos não chegam tão longe e mesmo que chegassem, um único esporo não tem chance alguma contra uma caranguejeira saudável, lembram do sistema imunológico? 

Ou seja, esses esporos já têm que estar fixados em algum lugar, pra poder chegar em cativeiro, geralmente em aranhas coletadas ou, mais raro, em grilos. Porém, colônias de grilos infectados acabam com todos os indivíduos mortos rapidamente, então é bem raro que um vendedor de grilo tenha esses fungos na criação, uma vez que ficaria sem estoque rapidamente. Além disso, se uma caranguejeira comer UM grilo infectado, ele e o fungo seriam digeridos normalmente, sem grandes complicações. 

Os sintomas de infecções  desses fungos são muito difíceis de ver, uma vez que eles se desenvolvem dentro do animal e, quando eles saem do exoesqueleto pra liberar os esporos, o animal já está morto, tudo o que se vê é que o animal vai ficando cada vez mais fraco, até morrer. Lembrem-se, estamos falando de caranguejeiras coletadas.


O ultimo grupo preocupante é o Microsporidia, que são fungos parasitas obrigatórios intracelulares. Existe um caso apenas de microsporídia em caranguejeiras, no caso em questão, as aranhas mostraram sinais de diskinesia, o criador perdeu boa parte do que ele tinha e, em análise patológica mais aprofundada, foram identificados microsporídia nas células intestinais. Não há quase nenhum registro de infecção por esse tipo de fungo em caranguejeiras, isso porque eles não têm a aparência de fungo e os animais infectados apresentam sintomas inesperados. 

Aos preguiçosos que não leram o textão:

1- Fungos que parecem carpetes, entre outros, são saprófitos e inofensivos. Podem ser ignorados desde que a caranguejeira esteja totalmente saudável, e os parâmetros do terrário estejam quase perfeitos (nunca é perfeito, RS)

2- Entomoparasitas matam rapidamente e internamente, mas eles precisam já estar em algum local ou animal. 

3- Microspiridia matam sem aviso, se a caranga apresentar sintomas de diskinesia, pode-se considerar esses fungos.

Fonte: https://arachnoboards.com/threads/all-you-need-to-know-about-mold.313315/

Tem outros links bem interessantes nesse link tb, mas nao os utilizei.

Por Adalberto Peixoto

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Tityus obscurus (Gervais, 1843) - Cuidados gerais.

 Tendo em vista a popularização da criação de Tityus obscurus em cativeiro, segue um pouco sobre a espécie abaixo, com o intuito de ALERTAR, não desencorajar.

Tityus obscurus (Gervais, 1843) - Cuidados gerais.



De maneira geral, os cuidados desses escorpiões são simples, pois trata-se de uma espécie fácil de se manter. Manter parte do substrato úmida é importante e, se viver em regiões frias, talvez seja necessário algum aquecimento (mesmo que deixar perto de um modem/roteador).

Lembrando que, furos de respiro no pote, assim como pra carangas, são importantes.


É uma espécie tímida, que gosta de se esconder, logo, cascas de arvore, serrapilheira, enfim, tocas no solo, são bem vindas. A diferença com outras espécies de Tityus é que eles podem subir um pouco, ficando escondidos entre cascas de arvores e troncos ou pequenas fendas/buracos que possam encontrar no meio.

Portanto, esconderijos na vertical também se fazem necessários pra dar a liberdade ao animal de ir e vir.


É um espécie que pode ficar um pouco maior que outros Tityus chegando a mais ou menos 9cm, de acordo com o catalogo oficial dos escorpiões (The Scorpion Files - www.ntnu.no), o crescimento é relativamente rápido e, embora sejam “pintados” quando lings, conforme crescem, vão ficando pretos e eles NÃO SÃO PARTENOGÊNICOS, ou seja, precisam do macho e da fêmea pra reproduzir.


É MUITO importante frisar, e é agora que vem o alerta, que essa espécie faz parte dos 4 escorpiões potencialmente fatais brasileiros, juntamente com T. bahiensis, T. serrulatus e T. stigmurus. É uma espécie que não está tão inserida em ambiente urbano como as outras, e são mais selvagens, tendendo a ser mais rápidas, ágeis, e se necessário, defensivas. São animais que podem assustar caso resolvam correr, e mesmo durante essa corrida, podem “chicotear” o aguilhão aleatoriamente em qualquer direção. Além disso, podem usar o abdome posterior (“cauda”), de forma bem ágil, a fim de alcançar superfícies mais altas, como a boca do pote que eles não conseguem escalar normalmente.


Por conta desses comportamentos, muita gente fica com medo de fazer furos de ventilação, ou de retirar restos de alimentos, deixando os indivíduos meio que “largados”.



Portanto, se NÃO tiverem experiência com escorpiões, não é uma espécie aconselhável de se adquirir MAS, se ainda assim quiser uma, monte o terrário de forma ADEQUADA AO BICHO e, se sentir muito pressionado ou achar que a espécie da muito trabalho, NÃO SOLTE, pois a possibilidade de se tornarem espécie invasora em outras regiões do Brasil são grandes, enfim, caso aconteça de “não querer mais”, doe pra quem tem condições de cuidar, não só a espécie, mas a natureza em geral, agradecem.

Por Adalberto Peixoto

domingo, 4 de abril de 2021

Scorpions of the World.

 Opa galera, beleza?

Iremos disponibilizar nesse topico um livro que é considerado a "bíblia" pra quem gosta de escorpiões.


O nome dele é Scorpions of the World. 


Divirtam-se. :)

http://library.lol/main/11D4FD251BA6463CC364F6A965D3DC2A

Por, equipe AHB.

quarta-feira, 31 de março de 2021

Ecdise, autotomia e regeneração.

Por Adalberto Peixoto:  

Falar um pouco desses três processos de uma forma um pouco mais detalhada.

Ecdise - todo mundo sabe que esse é o nome do processo que se dá a troca de pele do animal, em tempo, aracnídeos não são os únicos animais que fazem ecdise, porém, a explicação abaixo é referente somente a eles.

A troca de pele, na verdade, acontece em dois momentos, o primeiro se chama apolysis (não achei termo pra tradução) e nele acontece a separação da antiga cutícula das células hipodérmicas. Depois acontece a ecdise, que é quando acontece a troca de toda a exuvia. O processo de apolysis acontece cerda de uma semana antes da ecdise.  

A ecdise tem inicio por conta de um hormônio chamado ecdisona. Pouco se sabe sobre a produção desse hormônio, acredita-se que ele seja secretado por uma glândula encontrada no prossoma. O que se sabe é que foi observado um aumento do hormônio ecdisona na hemolinfa, durante o processo de ecdise, a hemolinfa, alias, tem um papel importante também regulando a quantidade e absorção de água durante o processo através de células especializadas.

Entre o epitélio e a cutícula, existe um espaço chamado de “espaço exuvial”, basicamente, ele fica entre a pele nova (que está se formando) e a antiga (que será formada). Nele, há uma camada chamada de endocuticula que é digerida por enzimas (quitinases e proteases) secretadas pelas células da epiderme, todos os componentes que são dissolvidos por essas enzimas são reabsovidos, sendo que a caranga perde muito pouco material durante o processo. 

Mais ou menos uns 5 dias antes da aranha fazer a troca, as células da hipoderme secretam a primeira camada da nova cutícula, chamada de cuticulina, é depois disso que as enzimas secretadas começam a digerir a endocuticula, uma vez que a nova camada já está protegida. Após a digestão quase completa da endocuticula, é que se da inicio o processo de ecdise. 

Semanas após a troca, o exoesquele cresce e endurece consideravelmente, enquanto uma nova camada de endocuticula se forma internamente. No processo até a próxima ecdise, novas camadas da cutícula interna são formadas, e enzimas são secretadas, preparando o animal para a próxima troca, e assim, sucessivamente.

Resumão:

1 – Celulas da hipoderme são ativadas

2 – Secrecao do fluido exuvial e processo de apolysis

3 – Secreçao da primeira camada da nova cutícula 

4 – Ativacao das enzimas do fluido exuvial e digestão da endocuticula

5 – Absorcao do material digerido

6 – Secrecao de outra camada de cutícula

7 – Processo de ecdise

8 – A nova cutícula se espalha

9 – O exoesqueleto fica esclerotizado

Curiosidades: O hormônio 20E (20-hidroxi-ecdisona) parece influenciar no canibalismo das aranhas. Foi observado que fêmeas do gênero Tegeneria estavam níveis maiores de 20E durante o processo de copula, e foram mais receptivas com os machos. Em encontros posteriores, quando houve baixa desse hormônio, elas demonstraram uma taxa de 40% de canibalismo. Após uma injeção artificial de 20E nas fêmeas, NENHUM canibalismo foi registrado.

OBS: Sei que o processo pode ser confuso, portanto, fiquem a vontade pra perguntar.

Autotomia – Aranhas podem “destacar” alguns membros, em caso de fuga ou perigo iminente. A esse processo, se da o nome de autotomia e, assim como a ecdise, outros animais também pode realiza-lo. É importante ressaltar que esse processo é voluntário, foi observado que aranhas anestesiadas não conseguem realiza-lo. 

Antes de explicar o processo, vamos relembrar as divisões das pernas, do corpo pra ponta:

Coxa, trocanter, fêmur, patela, tíbia, metatarso, tarso.

Geralmente, a autotomia acontece entre a coxa e o trocanter, e raramente entre a patela e a tíbia. O processo acontece com o fêmur funcionando como uma braçadeira, enquanto a aranha empurra a coxa pra cima, como se fosse um espasmo. Nesse momento, o trocanter se inclina bruscamente, formando uma tensão com a coxa, o que gera a ruptura dorsal de uma membrana que se encontra na articulação. O local onde a amputação ocorre tem apenas um músculo, que rapidamente se “destaca” e se recolhe pro interior cavidade da coxa. Os outros músculos, chamados de esclerites, se situam nas periferias da membrana da articulação rompida e agem como uma espécie de válvula, ou seja, eles rapidamente fecham a ferida de dentro para fora. Esse processo, aliado ao fluxo de hemolinfa que força essa “tampa”, ajuda a selar o local, evitando que a aranha “sangre”. 

Curiosidades: Quando picadas por uma vespa na perna, aranhas podem realizar autotomia e fugir, antes que o veneno da vespa se espalhe pela perna até seu corpo. Ou, elas podem deixar um membro pra um escorpião comer enquanto fogem. Tambem foi observado que, aranhas de teia orbicular com 3, ou até 4 pernas a menos, conseguiam tecer suas teias de forma regular, sem grandes problemas.

Regeneração – Aranhas podem regenerar boa parte do que dos membros perdidos, quando não realizam autotomia, o membro novo é gerado no local onde a amputação foi realizada. Pouco se sabe sobre o processo de regeneração a nível celular, o que se sabe é que a formação  da nova perna é comparável com a que é vista durante a ontogenia, além disso, também sabe-se que é um processo realizado por controle hormonal. 

Em caso de autotomia, a nova perna será gerada dentro do espaço da coxa, e esse é o motivo do porque a nova perna geralmente é menor, o espaço que ela tem pra crescer. Alem disso, quanto mais longe de uma ecdise ela fizer autotomia, maior será o membro regenerado, ou seja, há chances dela não regenerar nada se estiver muito próximo de uma troca. Por ultimo, diferente de caranguejeiras, alguns grupos de aranhas não regeneram mais nenhum membro amputado depois de maturarem, isso porque elas não fazem mais ecdise após a maturidade sexual (ex: Phoneutria spp.).

O membros não são regenerados por partes, ainda que pareçam menores e mais finos, todas as estruturas e segmentos estão presentes no novo membro. O que pode acontecer são mudanças em estruturas sensoriais e nervosas, o que pode causar diferenças na movimentação do membro em questão ou até zero mobilidade. 

Curiosidades: Aranhas do gênero Latrodectus não conseguem regenerar a perna completamente se autotomizadas na articulação coxa-trocanter. Se uma aranha perde 3 ou 4 pernas, antes do processo de ecdise, elas serão todas regeneradas na próxima troca. Em um experimento, induziram uma aranha a perder as 8 pernas e a alimentaram artificialmente, todas as pernas voltaram depois da ecdise. 

Fonte: Biology of Spiders (Foelix) Physiology of Molting pgs. 277-281. Autotomy and Regeneration pgs. 281-285.

AHB está de volta ...


segunda-feira, 29 de março de 2021

Tenebrio molitor e a filosofia.

Por Adalberto Peixoto

Bom, aparentemente, existe uma história rondando o hobby, que diz que a alimentação com Tenebrio molitor faz mal pras caranguejeiras.

Pra esclarecer, o aracnohobby trouxe (e ainda trás) muitos cuidados do herpetohobby, ainda que sejam organismos completamente diferentes. Para repteis insetívoros, uma alimentação regrada somente em T. molitor, pode gerar problemas futuros, e isso é uma das precauções que o aracnohobby, com razão à época, adotou.

Mas afinal, essas fazem ou não fazem mal pras caranguejeiras?

A resposta é NÃO, caranguejeiras (assim como outras aranhas) apresentam um sistema digestório diferente de repteis e anfíbios, podendo se alimentar de T. molitor em excesso sem complicações.

Mas então, porque que dizem que faz mal?

Um dos motivos já foi explicado acima, é algo que veio do herpetohobby, mas além disso, temos que levar em consideração os cuidados com os alimentos. Alimentos criados de forma largada, sofrendo maus tratos, etc., sempre serão uma fonte de problemas praqueles que os comem. Além disso, deve-se considerar o bem estar da aranha, afinal, se o animal está desidratado ou com algum problema, pode ser qualquer tipo de alimento, em algum momento ele sofrerá algum mal, ou morrerá.

Vale lembrar, se  os insetos que você usa de alimento estão sendo bem cuidados, e sua aranha morreu, NÃO os culpe, pois provavelmente, ocorreu algum erro no seu manejo, infelizmente.

Claro que sempre é recomendado variar a alimentação, mas se um quiser alimentar com dubia a vida toda, outro com cinerea, outro com grilos e outro com Zophobas, pra aranha vai dar na mesma que o cara que varia a alimentação entres os 4 insetos, DESDE que, em todos os casos, esses insetos sejam bem cuidados.

Abaixo, segue um link do Arachnoboards ainda desse ano onde é questionada a alimentação com apenas UM inseto. 

 A discussão é bem bacana, vale a leitura, e é curta. Não é mencionado NADA sobre Tenebrio molitor ser ruim, mto pelo contrario. 

 Sugiro pesquisar outras discussões DENTRO do fórum (não pelo Google), basta ir na busca e digitar "Mealworms" (como chamam as larvas de T. molitor, em inglês) e vai aparecer uma enxurrada de tópico, onde eu, pelo menos, não achei nada de ruim, tem até tutorial ensinando a criar.

 https://arachnoboards.com/threads/one-feeder-diet.343884/#post-3163308

 Seguem outros links que podem ser úteis, um deles, inclusive, do Tom Moran.

 https://arachnoboards.com/threads/about-meal-worms-and-tarantulas.165226/

 https://arachnoboards.com/threads/mealworm-diet.341984/

 https://arachnoboards.com/threads/do-tarantulas-like-eating-meal-worms.315090/

 https://www.google.com/amp/s/tomsbigspiders.com/2015/02/02/tarantula-feeding-how-much-to-feed/amp/

 Aqui, seguem os principais tópicos que falam sobre o uso de Tenebrio molitor na alimentação de acordo com o The Tarantula Keepers Guide (TTKG):

 pag. 167 - The Basic Menu. Segundo paragrafo:

Tha staple diets in captivity are the domestic cricket (Acheta domestica), several species of roaches, and mealworms (Tenebrio molitor). 

 

Ultimo paragrafo:

For the remainder of this discussion we will assume that the enthusiats is feeding crickets to their tarantula. *If something else is beinf fed to the tarantula instead, approriate adjustments must be made for size and other characteristics.

 pag. 172 - Traditional mealworms.

Aqui é um topico q fala apenas de como se deve alimentar as carangas com Tenebrio, com uma ressalva pro ultimo paragrafo:

The mealworms will eventually become black beetles if not eaten. These are also good food. "Crisp on the outside, but soft and chewy on the inside."

 pag. 178 - Picky eaters. 

Só um topico falando sobre como carangas podem se alimentar melhor a um alimento do q a outro. 

Ele usa como exemplo carangas q nao aceitam Tenebrio molitor, mas em nenhum momento diz q eles fazem mal. 

 Por ultimo, sugiro dar uma lida no sistema digestivo desses bichos, tanto no TTKG, quanto no Biology of Spiders, nas paginas 203, 296 e 299 desse último, é abordado presas num geral desde a captura até a absorção das mesmas.

Por ultimo, vale lembrar, entendo que tem muita gente que vai discordar desse texto, e continuará achando que T. molitor são verdadeiros vilões, e não há nada errado nisso, apenas se atentem a como espalhar determinadas informações.

E sim, O AHB está de volta!!!