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segunda-feira, 29 de março de 2021

Tenebrio molitor e a filosofia.

Por Adalberto Peixoto

Bom, aparentemente, existe uma história rondando o hobby, que diz que a alimentação com Tenebrio molitor faz mal pras caranguejeiras.

Pra esclarecer, o aracnohobby trouxe (e ainda trás) muitos cuidados do herpetohobby, ainda que sejam organismos completamente diferentes. Para repteis insetívoros, uma alimentação regrada somente em T. molitor, pode gerar problemas futuros, e isso é uma das precauções que o aracnohobby, com razão à época, adotou.

Mas afinal, essas fazem ou não fazem mal pras caranguejeiras?

A resposta é NÃO, caranguejeiras (assim como outras aranhas) apresentam um sistema digestório diferente de repteis e anfíbios, podendo se alimentar de T. molitor em excesso sem complicações.

Mas então, porque que dizem que faz mal?

Um dos motivos já foi explicado acima, é algo que veio do herpetohobby, mas além disso, temos que levar em consideração os cuidados com os alimentos. Alimentos criados de forma largada, sofrendo maus tratos, etc., sempre serão uma fonte de problemas praqueles que os comem. Além disso, deve-se considerar o bem estar da aranha, afinal, se o animal está desidratado ou com algum problema, pode ser qualquer tipo de alimento, em algum momento ele sofrerá algum mal, ou morrerá.

Vale lembrar, se  os insetos que você usa de alimento estão sendo bem cuidados, e sua aranha morreu, NÃO os culpe, pois provavelmente, ocorreu algum erro no seu manejo, infelizmente.

Claro que sempre é recomendado variar a alimentação, mas se um quiser alimentar com dubia a vida toda, outro com cinerea, outro com grilos e outro com Zophobas, pra aranha vai dar na mesma que o cara que varia a alimentação entres os 4 insetos, DESDE que, em todos os casos, esses insetos sejam bem cuidados.

Abaixo, segue um link do Arachnoboards ainda desse ano onde é questionada a alimentação com apenas UM inseto. 

 A discussão é bem bacana, vale a leitura, e é curta. Não é mencionado NADA sobre Tenebrio molitor ser ruim, mto pelo contrario. 

 Sugiro pesquisar outras discussões DENTRO do fórum (não pelo Google), basta ir na busca e digitar "Mealworms" (como chamam as larvas de T. molitor, em inglês) e vai aparecer uma enxurrada de tópico, onde eu, pelo menos, não achei nada de ruim, tem até tutorial ensinando a criar.

 https://arachnoboards.com/threads/one-feeder-diet.343884/#post-3163308

 Seguem outros links que podem ser úteis, um deles, inclusive, do Tom Moran.

 https://arachnoboards.com/threads/about-meal-worms-and-tarantulas.165226/

 https://arachnoboards.com/threads/mealworm-diet.341984/

 https://arachnoboards.com/threads/do-tarantulas-like-eating-meal-worms.315090/

 https://www.google.com/amp/s/tomsbigspiders.com/2015/02/02/tarantula-feeding-how-much-to-feed/amp/

 Aqui, seguem os principais tópicos que falam sobre o uso de Tenebrio molitor na alimentação de acordo com o The Tarantula Keepers Guide (TTKG):

 pag. 167 - The Basic Menu. Segundo paragrafo:

Tha staple diets in captivity are the domestic cricket (Acheta domestica), several species of roaches, and mealworms (Tenebrio molitor). 

 

Ultimo paragrafo:

For the remainder of this discussion we will assume that the enthusiats is feeding crickets to their tarantula. *If something else is beinf fed to the tarantula instead, approriate adjustments must be made for size and other characteristics.

 pag. 172 - Traditional mealworms.

Aqui é um topico q fala apenas de como se deve alimentar as carangas com Tenebrio, com uma ressalva pro ultimo paragrafo:

The mealworms will eventually become black beetles if not eaten. These are also good food. "Crisp on the outside, but soft and chewy on the inside."

 pag. 178 - Picky eaters. 

Só um topico falando sobre como carangas podem se alimentar melhor a um alimento do q a outro. 

Ele usa como exemplo carangas q nao aceitam Tenebrio molitor, mas em nenhum momento diz q eles fazem mal. 

 Por ultimo, sugiro dar uma lida no sistema digestivo desses bichos, tanto no TTKG, quanto no Biology of Spiders, nas paginas 203, 296 e 299 desse último, é abordado presas num geral desde a captura até a absorção das mesmas.

Por ultimo, vale lembrar, entendo que tem muita gente que vai discordar desse texto, e continuará achando que T. molitor são verdadeiros vilões, e não há nada errado nisso, apenas se atentem a como espalhar determinadas informações.

E sim, O AHB está de volta!!!

 

 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Vitalius wacketi (Mello-Leitão 1923)



Distribuiçâo: Brasil, Floresta  latifoliada tropical (Mata atlantica original) da serra do mar, regiôes costeiras e algumas ilhas.
se estendendo do sul do Rio de Janeiro a Santa Catarina.

Espécie pouco conhecida entre criadores, e que é confundida com outra especie lá fora (Pamphobeteus sp.), 

A Vitalius wacketi habita áreas próximo a riachos e cachoeiras podendo ser encontradas também em costões rochosos no litoral .
                                 
                                  Pode se alimentar de insetos pequenos roedores e anfibios.

                                      Me impressionei com o tamanho do macho, sendo o maior do genero que eu                                                   vi pessoalmente passando dos 17cm

Em cativeiro é um animal tranquilo, adquiri meu primeiro exemplar em 2013, uma femea jovem, pouco defensiva.
por se tratar de uma especie da mata atlantica, esta habituada a uma umidade alta e temperaturas variando entre 25.ºc e 29.ºc.
Bastante vegetaçao algumas pedras e serrapilheira configuram um terrario ideal.


Indico para leitura e mais conhecimento da especie o artigo.

  Revision, cladistic analisys, and zoogeography of Vitalius, Nhandu and Proshapalopus, with notes of other theraphosine genera.  (Rogerio Bertani 2001)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Especiação





Especiação simpátrica

É a divergência genética de várias populações (de uma espécie parental única) que habitam a mesma região geográfica, de modo a que essas populações se tornam espécies diferentes. Etimologicamente, simpatria deriva da raiz sim - (querendo dizer mesmo, parecido, similar ou semelhante) e -patria (significando pátria ou terra-mãe).
Simpatria é um dos quatro modelos teóricos para o fenómeno de especiação. Ao contrário da alopatria, populações que sofrem especiação simpátrica não estão geograficamente isoladas (por exemplo, por uma montanha ou um rio).
Debatido desde o princípio da popularização do pensamento evolutivo, a especiação simpátrica é ainda um ponto altamente contencioso. A partir de 1980, esta teoria estava grandemente desfavorecida devido à ausência de evidências empíricas disponíveis, e, mais crítico ainda, às condições que os cientistas julgavam ser necessárias para este tipo de especiação acontecer. Ernst Mayr, um dos mais proeminentes biólogos evolutivos, rejeitou completamente a simpatria como um todo, introduzindo um clima de hostilidade contra a teoria. Desde a década de 1980, uma visão mais progressiva tem sido adotada. Embora ainda debatível, evidências empíricas documentadas existem agora, seguido do desenvolvimento de teorias sofisticadas incorporando dados genéticos de múltiplos loci.
Vários modelos têm sido propostos para dar conta deste modo de especiação. O mais popular, que invoca o modelo de seleção disruptiva, foi proposta inicialmente por John Maynard Smith em 1962. Maynard Smith sugeriu que indivíduos homozigóticos podem, sob condições ambientais particulares, ter uma maior aptidão do que aqueles com alelos heterozigóticos para determinada característica. Sob o mecanismo de seleção natural, por consequência, a homozigotia seria favorecida em relação à heterozigotia, levando eventualmente à especiação. Divergência simpátrica também pode resultar de conflito sexual.
Perturbações deste tipo também podem ocorrer em características multi-génicas. Os tentilhões da espécie Geospiza fortis estão a mostrar divergência no seu pool genético na Ilha de Santa Cruz. A morfologia do bico conforma-se com a existência de dois tamanhos ideais diferentes, enquanto que indivíduos com tamanhos de bico intermédio são selecionados desfavorávelmente. Algumas características (por vezes chamadas características mágicas), tais como a forma do bico podem levar à especiação porque afectam os sinais de acasalamento. Neste caso, diferentes fenótipos do bico podem resultar em chamamentos diferentes, formando uma barreira às trocas entre pools genéticos.
Rhagoletis pomonella, a larva da maçã, pode estar actualmente a sofrer especiação simpátrica, ou, mais precisamente, heteropátrica. A variedade que se alimenta de maçãs parece ter aparecido espontaneamente, a partir de uma outra variedade que se alimentava de Crataegus, entre 1800-1850 , depois das maçãs terem sido introduzidas pela primeira vez na América do Norte. Hoje em dia, a variedade que se alimenta de maçãs não se alimenta normalmente de Crataegus e a que se alimenta de Crataegus não se alimenta normalmente de maçãs. Isto pode se um passo preliminar para a emergência de uma espécie nova.
Alocronia oferece alguma evidência empírica que a especiação simpátrica teve lugar, pois há muitos exemplos de espécies alocrónicas que divergiram recentemente (Espécies irmãs).
Eventos de especiação simpátrica são muito comuns em plantas, porque é normal elas desenvolverem conjuntos múltiplos de cromossomas homólogos, resultando em poliploidia. Descendentes poliplóides ocupam o mesmo ambiente que as plantas parentais (daí a simpatria), mas estão reprodutivamente isoladas.
Um exemplo raro de espécies simpátricas em animais é a divergência de Orcas residentes e migradoras no nordeste do Oceano Pacífico. As orcas residentes e migradoras habitam as mesmas águas, mas evitam-se umas às outras e não se cruzam. As duas formas caçam presas diferentes e têm dietas, comportamento vocal e estruturas sociais diferentes.

Especiação alopátrica
                                                                   (A palavra deriva do grego allos, "outro" + patrã, pátria)
Também conhecida como especiação geográfica, é o fenômeno que acontece quando grandes populações biológicas ficam fisicamente isoladas por uma barreira externa e evolve isolamento reprodutivo interno (genético), de tal modo que depois da barreira desaparecer, indivíduos das populações já não se poderem cruzar. Quando existe o livre fluxo gênico entre as populações de uma espécie a coesão genética da espécie é mantida. Com o aparecimento de barreiras geográficas como o surgimento de um rio, aumento da densidade arbórea de uma floresta ou formação de uma cadeia de montanhas, o fluxo gênico entre duas subpopulações é interrompido e as mudanças adquiridas por mutações, recombinações e seleção podem se acumular diferentemente entre as subpopulações levando ao isolamento reprodutivo e a especiação. O isolamento reprodutivo evolui, portanto como subproduto da divergência entre populações geograficamente afastadas .
Biólogos evolutivos concordam que a alopatria é a forma mais comum de especiação . Em contraste, a freqüência dos outros tipos de especiação, tal com especiação simpátrica, especiação parapátrica e especiação peripátrica, é ainda debatida.A especiação alopátrica é fortemente suportada pela “lei da distribuição”, na qual: para uma dada espécie de uma região, a espécie mais próxima relacionada a ela tem baixa probabilidade de ser encontrada na mesma região ou em regiões muito distantes, mas existe uma alta probabilidade de ser encontrada em alguma região próxima separada da primeira por algum tipo de barreira. 

Especiação peripátrica 

É um modo de especiação, a formação de novas espécies através de evolução. Neste modo, as espécies novas são formadas em populações periféricas isoladas; este modo é semelhante à especiação alopátrica na medida em que as populações estão isoladas e por isso não há transferência de genes. No entanto, a especiação peripátrica, ao invés da especiação alopátrica, propõe que uma das populações seja muito menor do que a outra.

Especiação parapátrica

 É uma forma de especiação que ocorre em uma área geográfica contínua na qual as espécies divergentes apresentam distribuições adjacentes. Não há nenhuma barreira externa ao fluxo gênico, no entanto os acasalamentos não são completamente aleatórios.  Este modelo difere da especiação alopátrica no que se refere a distribuição geográfica da espécie parental já que a alopatria requer subpopulações geograficamente isoladas. Nichos neste habitat podem estar diferenciados ao longo de um gradiente ambiental, impedindo fluxo gênico, e criando assim um cline.
Um exemplo deste tipo de especiação é a erva Anthoxanthum, que se sabe que sofreu especiação parapátrica em áreas onde ocorreu contaminação por metais a partir de minas. Isto cria uma pressão seletiva para a tolerância a metais. Há seleção contra os híbridos dessas populações, o que pode ter favorecido a autopolinização. Além disso, elas apresentam tempos de floração distintos o que funciona como uma barreira reprodutiva. Sugere-se que essa diferença entre tempos de floração tenha sido favorecida pela seleção natural devido a menor aptidão dos híbridos. Esse tipo de mecanismo é denominado reforço do isolamento reprodutivo.






quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Butantan descobre 17 novas espécies de aranha no Brasil

Os animais foram batizados em homenagem ao filme "O Predador". Uma das espécies recebeu o nome de 'Predatoroonops schwarzeneggeri', em alusão ao protagonista Arnold Schwarzenegger

O Instituto Butantan divulgou nesta quinta-feira (9) a identificação de 17 novas espécies de aranhas. A descoberta, coordenada pelo Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do órgão paulista, foi resultado de seis anos de pesquisas na Mata Atlântica brasileira. Os animais, que medem entre 1,8 e 2,1 milímetros, têm cabeça diferente das outras aranhas e face cheia de protuberâncias.


As 17 novas espécies pertencem ao mesmo gênero, o Predatoroonops. O nome é uma homenagem aos 25 anos do filme “O Predador”, do diretor John McTiernan. As espécies possuem a morfologia frontal da carapaça semelhante à cabeça do monstro da ficção. A aranha da foto acima, por exemplo, foi chamada de Predatoroonops schwarzeneggeri, em alusão ao ator Arnold Schwarzenegger, protagonista do filme.
“Essa descoberta é fundamental para o aumento da diversidade da fauna local e mundial, além do estudo dos venenos e da biologia dos animais”, diz o biólogo Antonio Brescovit, que participou do estudo.
Com investimento de mais de US$ 3 milhões, o projeto visa agora descobrir todas as espécies da família Oonopidae ainda desconhecidas. O PBI Oonopidae - nome dado ao trabalho - já descreveu 1.016 aranhas desta família. Os pesquisadores acreditam que existem mais de 3.000 espécies pertencentes a Oonopidae espalhadas pela Mata Atlântica, além de em várias partes do mundo que possuem vegetação semelhante.


 Fonte: Epoca

terça-feira, 31 de julho de 2012

Aranha emite luz para atrair insetos


Desde 1954 se sabe que diversas espécies de aranhas são fluorescentes: elas emitem luz, mais ou menos como os vagalumes. A diferença é que os vagalumes usam energia química do própio corpo para brilhar, e as aranhas obtêm sua energia absorvendo radiação ultravioleta do sol. Em seguida, a radiação é reemitida pelo aracnídeo na forma de uma luz azul muito fraca, geralmente invisível aos olhos humanos. Tanto que, até agora, os cientistas viam o brilho azul como um acidente: algo que acontecia no corpo da aranha, sem ter nenhuma utilidade para ela. Mas dois pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) acham que mataram a charada. “A fluorescência das aranhas é um mecanismo para enganar suas presas, os insetos que visitam flores”, diz o zoólogo João Vasconcelos, coordenador da pesquisa que levou à descoberta. As vítimas são algumas moscas que comem néctar, as borboletas e as vespas (as abelhas não se deixam iludir com facilidade).
Os olhos desses insetos estão entre os mais evoluídos nessa classe de animais. Eles captam três tipos de colorações básicas: ultravioleta, azul e amarelo. Assim, fascinados pela luz das aranhas fluorescentes, se aproximam delas sem perceber o perigo. A mais evoluída caçadora de insetos é a espécie Epicadus heterogaster, mais conhecida como aranha-caranguejo ou aranha-flor.

                                          
Essa espécie foi submetida a um banho de raios laser ultravioleta para aumentar a intensidade da luz azul emitida. Foi possível, então, fazer uma análise detalhada do fenômeno, explica Ramires. “A luz ficou tão forte que iluminou todo o laboratório”. Ramires e Vasconcelos passaram cinco anos tentando decifrar os segredos dessa aranha, que ocupa diversas regiões da América do Sul. Foi estudada na Serra do Japi, em Jundiaí, SP, na Mata de Santa Genebra, em Campinas, SP, e na Ilha do Cardoso, no litoral sul paulista. Dura em média dois anos e mede 2,5 centímetros de comprimento. Todo o seu comportamento mostra que sua luz é uma isca. Ela tem forma, cor e jeito de flor (seu corpo se move e imita o balanço causado pelo vento).
A aranha-flor foi descrita pela primeira vez em 1931. Pensava-se que existiam três espécies diferentes: uma branca, uma amarela e uma lilás. “Em 1991 descobrimos que não havia diferença. É a mesma aranha, que muda de coloração conforme a flor onde está caçando”, afirma Vasconcelos. O próximo erro foi achar que a aranha mudava de cor para enganar suas vítimas. A verdade é o oposto: ela faz isso para não se tornar vítima de seus próprios predadores, os pássaros. Confundida com as flores, a aranha engana os pássaros.

Fonte: Super

Espécies invasoras



Erro - Introduzir animais ou vegetais típicos de um lugar em outra região.

Quem - Colonizadores, criadores, agricultores e pessoas comuns.

Quando - Desde os tempos das grandes navegações.

Consequências - Sem predadores naturais, as espécies introduzidas muitas vezes viram pragas e ameaçam o equilíbrio ecológico em seu novo endereço. 

Um simples casal de passarinhos capturado num lugar e libertado em outro pode significar um grande problema ecológico. Segundo a engenheira florestal Silvia Renate Ziller, diretora-executiva do Instituto Horus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, espécies invasoras são hoje a segunda maior ameaça mundial à biodiversidade, atrás apenas da destruição provocada pelo homem.

Não existe uma estimativa global do número de espécies invasoras espalhadas pelo mundo, mas sabe-se que elas são milhares. Parte delas foi introduzida de forma intencional. E um dos casos considerados mais preocupantes é o do caranguejo-rei (Paralithodes camtschaticus).

As águas geladas da península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, são o hábitat natural desse verdadeiro monstro marinho. A espécie chega a pesar 12 quilos e pode medir 1,5 metro da ponta de uma pata à outra - mais de 30 vezes o tamanho de um siri. A carapaça vermelha e as enormes pinças o tornam um guerreiro quase invencível, encarado apenas por espécies como o halibute (um parente do linguado) e outros peixes grandalhões.

Exército vermelho 




Nos anos 60, cientistas soviéticos introduziram alguns caranguejos-rei no mar de Barents, perto da Noruega, para que servissem de alimento aos habitantes que colonizavam a região. Funcionou: os crustáceos se adaptaram ao novo endereço e viraram uma fonte de proteína e renda para os aldeões. Mas os cientistas soviéticos não imaginavam o problema ambiental que aquilo iria gerar no futuro.

Sem predadores na fase adulta, os caranguejos se espalharam sem controle. Nos anos 70, já tinham chegado à Dinamarca e à Alemanha. Hoje, estima-se que haja 20 milhões se acotovelando nos mares do norte. Vorazes, eles dizimam as ovas dos peixes (principalmente bacalhau), consomem as algas e aniquilam populações inteiras de moluscos, estrelas-do-mar e ouriços. De quebra, ainda destroçam as redes dos pescadores.

A Noruega ficou décadas sem tomar providências. Primeiro, porque a carne desses crustáceos passou a ser muito apreciada em toda a Escandinávia. Depois, porque os bichões se tornaram um bom produto de exportação. O problema é que eles viraram uma praga que as autoridades simplesmente não sabem como deter. Ambientalistas temem que esse "exército vermelho" continue sua marcha rumo às águas mais quentes dos mares do sul, pondo em risco também a vida marinha do Mediterrâneo

                                                            Extinção em massa

De acordo com o secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), firmada por 175 países durante a Eco-92, no Rio de Janeiro, espécies invasoras contribuíram para a extinção de 39% dos animais que desapareceram por causas conhecidas desde o século 17. No Brasil, há cerca de 350 espécies alienígenas atualmente. Em Galápagos, mais de mil. Considerando-se que até 20% delas são consideradas pragas pela comunidade científica, dá para ter uma ideia do problema que elas representam.

Estranhos no ninho Conheça outras 4 espécies invasoras que tiram o sono ambientalistas e agricultores do Brasil até a Austrália  
                                                                             Tojo 



O que é: um arbusto de flores amarelas e coberto de espinhos.
Invasão: nativa da Europa, essa espécie vegetal foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses para ser usada como cerca viva. Sua disseminação acabou saindo de controle.
Estrago: o tojo deixa o solo ácido, o que inibe o crescimento das espécies nativas e inutiliza a área para agricultura e pastoreio. Por ser muito denso e seco, ele aumenta o risco de incêndios. Ironicamente, o fogo estimula a germinação de suas sementes. Muitos tocam fogo no tojo tentando destruí-lo, o que só agrava o problema.

                                                                 Caramujo africano 
 

O que é: trata-se de um caracol gigante que chega a pesar 500 g.

Invasão: nos anos 80, foi introduzido no Brasil como alternativa ao escargot. Sua criação não deu o retorno esperado. E os criadores libertaram os animais que mantinham em cativeiro.

Estragos: o caramujo africano ataca plantações (o que ameaça a subsistência de pequenos agricultores) e restringe a oferta de alimento para várias espécies animais nativas. Além disso, sua proliferação descontrolada representa um sério risco à saúde pública, pois ele é vetor de doenças graves como a meningite.

                                                                   Peixe-leão 

O que é: uma espécie voraz e resistente nativa do Indo-Pacífico.

Invasão: pode ter chegado ao Atlântico pegando carona do tanque de lastro dos navios. Outra hipótese é a de que alguns espécimes tenham escapado de um aquário na Flórida em 1992, durante a passagem do furacão Andrew.

Estragos: por não ter predadores naturais, o peixe-leão está dizimando várias espécies nativas no Caribe. Suas espinhas produzem uma toxina capaz de matar outros animais e provocar dor intensa em humanos. Acredita-se que sua chegada ao litoral brasileiro seja apenas uma questão de tempo.

   Coelho australiano 

 
                                                                  
O que é: híbrido do coelho europeu com o coelho doméstico da Austrália.

Invasão: em 1859, o caçador Thomas Austin levou 24 coelhos europeus selvagens da Inglaterra para sua fazenda na Austrália. Cruzou-os com coelhos domésticos e manteve os bichos num curral. Mas vários exemplares fugiram e se multiplicaram pela ilha.

Estragos: superresistentes e comilões, os coelhos híbridos extinguem pastos inteiros na Austrália, gerando enormes perdas aos agricultores. O governo já tentou de tudo para exterminá-los. Hoje, somam aproximadamente 300 milhões.

 Fonte: Super interessante

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Uroplatus fimbriatus

A lagartixa gigante Folha-atados (Uroplatus fimbriatus) é endêmica de Madagascar e nas ilhas Nosy Mangabe Nosy e Bohara. Essas lagartixas vivem em florestas tropicais e atingem um comprimento total de 330mm. Têm hábitos noturnos e durante o dia, fixam-se em troncos de árvores, de cabeça para baixo. Quando perturbado levantará a cauda e a cabeça, abrirá sua boca e gritará.

 Etimologia

O nome genérico, Uroplatus, é uma latinização de duas palavras gregas: "Oura" (οὐρά) "cauda" significado e "platys" significado (πλατύς) "fino". Seu nome específico fimbriatus vem da palavra latina para "franjas", baseado na aparência exclusiva da lagartixa de pele franjada.

 
Ameaças

A destruição do habitat e do desmatamento em Madagascar é a principal ameaça para o futuro desse animal, bem como de coleta para o comércio de animais. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) lista todas as espécies de Uroplatus no seu "Top 10 mais procurados lista de espécies" de animais ameaçados pelo comércio ilegal de animais silvestres, por serem capturados e vendidos em taxas alarmantes para o comércio de animais internacional ". É um animal protegido pela CITES Apêndice 2